sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Profecias

Há nos limiares do tempo
Um pendular suspenso que balança…
E me equilibra noutra dança
Mas o meu corpo é o re-verso na ténue faísca
Onde nasce a luz uniforme do meu olhar

Caminhos intransponíveis neste renascer
Onde o verbo É
E deixa de Ser
Quando consente que nos limites
Se consiga verbalizar
Sobre o Cosmos re-unificado

- Como abrir os olhos e falar-vos sobre um cometa
Que rasgou a atmosfera neste leve balançar?

Há um estado de fidalguia nos seus versos
Simples melodias esgrimam o ar
E esta espera…
Que sempre me desespera

- Ler-te no infinito...poeta do meu altar
É re-escrever-me no mesmo lugar
De onde me viste chegar…

Leva-me sempre por outros trilhos que também pisa
E sabe que o meu corpo se espreguiça nos seus versos
Mas , mesmo assim , não pára de me fazer doer
É como sentir a terra a tremer...

- E o frio encolher-me toda neste corpo, preso á vida

Já não posso caminhar sobre o seu ventre
Vou fincar-me na extensão breve do tempo
E absorver dele a fina corrente

Insígnia das utopias de um profeta
Que marcou encontro com certas profecias
Que, sem saber se é poeta,
Por profeta ser
Remete-se para a magistral leveza do Ser
*
Agradeço ao poeta Filipe Campos Melo (Giraldoff)
pela inspiração que resultou de um comentário aqui:
http://www.worldartfriends.com/modules/publisher/article.php?storyid=15147

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