segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fascinação

Foto de Robert Mapplethorpe


Recordo
a (con)fusão dos corpos
em inúmeras essências
pele de seda
(que não pode ser de lobo)
o restaurante de peixe em Milão
o passeio de Alcântara
e
as ruas de Praga
em que a tua mão
era
o saber do meu corpo tatuado no teu
em molde de areia
húmida
a excitação no sabor
a sexo
em aromas
(de chá)
tanto quanto os idiomas
(de línguas)
t(r)ocadas
as fotografias
dos dias
em anúncios de desespero
ou humor.

Sinto
o teu corpo no deserto
(que sou eu)
onde se apagam fogos de olhar
em frente
à noite que chega
o luar
é o reflexo apagado do espelho
por mirar
meu amor sem nome
quantas palavras
escondes
em lugares secretos
abertos
à imaginação sem pudor.

Assim a memória de nós
num beijo
iventa(n)do
a tarde nas noites que jamais teremos
em que
sem sabermos,
trocámos as almas
nos corpos nus
e tu és eu
e
eu sou tu.

Será que os outros darão pela diferença?

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