terça-feira, 9 de março de 2010

Muro de silêncio

[foto de José António Antunes]

Rompe-se o muro do silêncio
arrancou-o assim o destino
a hipocrisia foi afastada,
envergonhada pela decência
as sombras tiradas desde a raiz.

O futuro instalou a distância no presente.

Os destroços enterrados
o passado os incendiou
na culpa que os nutriu.

A dúvida procura certezas
no escuro que se refugiou
demanda consciência sem nexo
infiltração impossível.

A certeza é lucidez
que a verdade tem guardada
nas mãos lavadas
sem mácula
nem reservas
a recordação não tem memória
só constrói o dia de amanhã
com os olhos abertos no firmamento.






Sem comentários:

Enviar um comentário