terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ilha dos Amores

Halberger Photographers


As marés do teu corpo

na casa sonhada
em varandas e sacadas de azul.

A praia dentro da sala
o piano junto ao mar
a cama de rede no pinhal em redor do vento.

Palavras proibidas
que os lábios
ousaram

projectos ilegíveis

sonhos infinitos
perseguidos
no
acordar
das almas.

Vence o silêncio.
A memória tortura.

Caminho lento, o que leva ao acordar.

Breve pressão dos teus dedos
em anéis
por t(r)ocar.

Aliança breve
num despontar de gestos sôfregos
em que o sentir
era o mundo descoberto
a seguir.

Calam-se os aromas.
Trancam-se as janelas.

O teu sorriso é uma porta entreaberta.

Fecho-me em ti e parto em direcção ao que jamais teremos.

Então,
uma memória que atraiçoa.
E dói.

Sem piedade.

E é dia.

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