terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sou

                   Gustave Courbet -Pintor realista francês

Sou
Sou
Sou
Mesmo contra vossa vontade sou
Não sou este
O que desse palanque cogitais
Sou aquele
Aquele que daqui
Deste meu reservatório
De ideias sou
Sou assim
Duro como pedra
Mole como os pensamentos
Tramados pelas mãos
Sou
Sou
Sou
Sou convencido no que sou
Sou até um qualquer
Sempre que quero
E quando não quero
Também sou
Hoje, por acaso, sou um ruído com olhos castanhos
Vejo todos os sons com um sou
Um sou único
Talvez um sou com som
Um que se ouve a si
Para dizer
Assim serei
Com o meu som eu sou
Sou
Sou
Sou
Sou de um tamanho que já não existe
Presente para o mundo
Dos que nada são
Sou afinal um sou só
Só porque sou teimoso
Para não ser um sou dos outros
Sou meu
Sou do meu sou
Talvez louco, sim talvez
Mas sou
Sou

José Luís Lopes

4 comentários:

  1. O que importa é SER... o "Ser"!

    versos bem construídos...

    abç

    Betha

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  2. Olá Betha Mendes!

    Obrigado pela leitura e pelo comentário gentil, são sempre incentivos para quem gosta de escrever.

    Abraço

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  3. sou de um tamanho que já não existe mais,
    um incomum e desolada argonauta,
    em subtítulo (porque o título me falta)
    prostituo-me nas letras dos Jornais,
    nos anuários de óbitos,etc...etc
    sou de um tamanho bastante original
    vivo de cócoras porque a capoeira não é alta
    nem para galináceo e como coração tenho um de pardal ...
    mas não importa porque para galo
    sou de um tamanho descomunal...

    J.S.

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  4. Obrigado pela leitura e comentário.

    gostei muito desse "apêndice"

    Abraço

    JLL

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