segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sesta


A tardinha descamba mole...
E meu corpo a balançar na rede amarela
Pelo esforço do meu pé direito
Sobre a cerâmica áspera.
Faz-se o vento que não havia.

Andorinhas cortam o ar
Com seus mergulhos desconcertantes
E vêm adentrar os vãos das telhas
Onde os filhotes iniciam grande rebuliço
E rompem ruidosa sinfonia.

Ontem não havia essa casa,
Nem essa varanda.
Não havia sequer uma sesta,
Nem essas mãos envelhecidas.
Vive o homem que não vivia.

Ontem não eram os amigos, distantes,
Nem tão ruins as notícias diárias.
Ventos eram comuns, sem balanço;
Redes...só nos ombros dos ambulantes.
Se eram amarelas...eu não sabia.


Frederico Salvo

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