quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Logo hoje que queria tanto falar!



















O silêncio apareceu!
Logo hoje que queria tanto falar!
Não posso esquecer que é Natal.
As ruas vestem-se de vermelho
E as pessoas de alegria,
Mas este silêncio disse-me para não fazer barulho:
- Pssss…! Cala-te.

Este Silêncio
Diz que não quer ser interrompido
Nos seus silêncios.
Disse-me também que, quando fala,
Não gosta de ouvir ruídos.
Estou atónito,
Logo hoje que queria tanto falar!
Então, estou em silêncio total,
Só falo por dentro.

A minha alegria, que não gosta de silêncios,
Deixou-me.
Disse-me que não estava para me aturar
E saiu.
Foi às compras, penso eu!
E com razão.
No Natal, este silêncio?
Quando todo o mundo, apesar de nada dizer,
Anda a fazer ruído.
Estou a perder a cabeça.
Logo hoje que queria tanto falar!
Este é um momento de…
Não silêncio.
Afinal, é Natal!
Até a racionalidade, por esta altura, está
Fora de si.
E eu por aqui abandonado,
Com esta dor feita do silêncio.
Ainda ontem estava feliz.
Estou agora sozinho, triste e em silêncio,
Tudo por causa de um silêncio estúpido
Que teima em aparecer por estas alturas.
Logo hoje que queria tanto falar!
Fico sem saber se este silêncio
Aparece apenas para me aborrecer,
Ou simplesmente para me dizer
Que ainda há muita gente,
Sem o perfume do Natal…

José Luís Lopes

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