Antes de morrer
As folhas
Curvam seus veios
Tornam-se aladas
Firmam formas flácidas
Fazem-se leves
E soltam-se pelo leme
Ao cair
Rodopiam
Piruetam
Dançam
Descem
Planam
Invertem movimentos
Sobem
E rodopiando
Voltam a cair…
Suaves.
Docemente
As folhas
Tocam a terra
E não morrem
Ninguém chora
Ninguém ri
Não há aplausos
Circos, acrobatas
Festas, fogo
Fado, foguetes, flores
Não é Carnaval
Não há presentes
Andarilhos
Promessas, pragas
Não se faz Poente
As folhas simplesmente
Caem, não morrendo
E tocam a terra, docemente
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Começei a ler este poema sem saber quem era o Autor.
ResponderEliminarÁ mesma medida com que me ia encantado com a sua leitura ia crescendo a certeza de conhecer a sublime sensabilidade deste poeta.
Quando vi que era teu, grande Carlos, abri um enorme sorriso: "só podia ser dele".
Se me permites que abuse das tuas palavras, sobre a tua poesia diria:
"Os teus versos simplesmente
Caem, não morrendo
E tocam o leitor, docemente".
Belissímo.
Muito Bom.
Abraço