de manhã olha o espelho
que lhe devolve o olhar
com respiração ofegante
segura o pincel sem mudar um centímetro
controla a chuva
recorda o dia depois de ontem
seus desejos colhidos pela manhã
na mistura inicial do sol
enquanto ouve o vento
põe uma palavra que adoça a boca
e lembra dos quadris de Elvis Presley
no meio de tudo
um amor sem etiqueta
sem sangue, dor ou tremor
continua pela casa
dentro do álbum de família
(um olhar e uma fome)
em algum momento da noite
por algum motivo
como se não combinasse com o lugar
ou fosse caminhar onde havia sol
o amor se levanta e vai embora
inteiramente vestido
de sapato e casaco
ela começa uma conversa por escrito
onde tranquila possa enraivecer
onde possa sonhar errado
a solidão entra sem bater
olha ao redor, suspira
percorre o mesmo caminho até a cama
e se cobre da cabeça aos pés
(sem sequer tocá-la)
no deserto da cama
vendo o fogo gelado arder
ela é a flor
(o medo a mantém viva)
Vania Lopez
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Gostei muito de passar por aqui.
ResponderEliminarBeijo :)
Agradeço pelo olhar. bjs
ResponderEliminarVania Lopez