segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dois Pontos

(foto D.M. baixas correntes no Rio Paiva)


Quis encontrar-me num ponto
Onde teu corpo descansava
E a tua alma me esperava
Mas sinto que me fui
Enquanto dormias

Foi um momento isolado
Quando as ideias
Te afogavam a mente
E o pensamento
Te domava o espírito

Já não me encontro por aqui
Saí deste ermo em tons de azul
E fui-me ao encontro do brilho
Que reluz no centro da esmeralda
Que me roubou o último suspiro

A alma é o meu ponto selado
No meu olhar obscuro
A vasculhar-me por dentro
E a deformar-me por fora
Enquanto espera

O meu corpo caiu no vazio
O teu inteirou-se do meu
Nesta corrente que me engole
Enquanto o meu rio abarca
A nova união de dois pontos

1 comentário:

  1. O trajecto das águas transcende todas as lógicas. É imprevisivel. Apenas sentimos os seus efeitos quando vamos ao encontro do brilho e caimos no vazio da corrente que nos engole...

    Belo o teu poema!

    Um Beijo
    AL

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