segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Solilóquio


Por onde andarão as palavras certas
Que os versos enchiam em graça e contento?

Estão como palhas jogadas ao vento,
Perdidas no limbo das horas incertas.

Por onde andarão inebriantes musas
Que nuas dançavam em meus pensamentos?

Estão apartadas em claustro convento,
Nos ocos segundos das horas exclusas.

Se o tempo se impõe exato, irredutível;
Se os sonhos se perdem ou ficam pela estrada,
Eu deixo o silêncio completar-me lento?

Esqueça o futuro cego, imprevisível;
Afasta o passado coxo da jornada;
Entrega-te ao Todo e viva o momento.


Frederico Salvo

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