A pena estanca, para, titubeia...
Nenhuma ideia clara se apresenta.
Meu pensamento voa, devaneia
E sobre à beira d'água se assenta.
Sou pescador agora, e para a ceia
Quero pirão de peixe com pimenta.
Cevo o remanso, acendo a candeia
E lanço o anzol com isca suculenta.
Esse exercício é pura paciência,
Pois tenho fome e fé em evidência.
(E a segunda, trago como lema).
Sinto um tremor bulir o molinete,
Aguço o olhar, suspiro em falsete
E num rompante... fisgo o poema.
Frederico Salvo
domingo, 27 de outubro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
vento, tende piedade
soltei seu nome ao vento. era silencio. escapou através
do tempo. atravessando setembro como um rio. no momento que o dia caiu e a
noite rachou sua superfície. como uma lâmina contra o pescoço de toda palavra
que foge e busca teu peito. para adormecer o raio de sol. tal pássaro de
Hokusai. ligeiramente iluminado pela luz que entra por meus olhos e faz o céu
chorar. sempre que seus cabelos balançam... como uma imagem desbotando em meu
jardim. seu nome se move. silencio. - mas qual silencio é silencio sem nome? sacia-se
o vento afundando no horizonte da boca. nu. na forma da cor. para não acordar a
fome que passeia no inferno(.) onde a sombra não peca. e o verbo esquece. sem precisar
mentir...
Vania
Lopez
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
LOUCO
Haja visto que tudo o que norteia
E baliza a conduta dessa gente
Vai de encontro a essa chama que incendeia
O egoísmo que caminha sempre à frente.
Não que fosse assim desde o começo.
Pouco a pouco é que se vai forjando em brasa.
Nesse mundo em que tudo tem seu preço,
A inocência é enterrada em cova rasa.
Há quem, louco, nada contra a correnteza.
E essa força monstruosa desafia,
Compensando força bruta com leveza.
Desce o elmo e incorpora fantasia,
Hostilidade paga com delicadeza
E transforma desamor em poesia.
Frederico Salvo
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Saudações
Saúdo-Vos Amigos de todos os tempos, amigos de um tempo que não cesse nunca, para que não me sinta só mais uma pessoa a caminhar descalça.
Caminho mas num andar brando quase inanimada, sem força nas pernas , nem a força necessária no corpo, para poder avançar.
Esforço-me mas não sei como chegar, sem pisar as mesmas pegadas que já foram varridas pelo tempo há tanto tempo.
Amigos que me vêm sem me saberem de outro lugar, que não o das palavras que escrevo, vêm além delas mesmas, ou então, além de mim neste plano onde o abandono se fez lugar e o esquecimento se fez pesar na minha mente.
Tento alcançar a longevidade, doação desde todos os tempos mas não sei onde me encontrar.
Tento lembrar todos os eventos que tiveram lugar, num outro lugar e não alcanço esse lugar
Porque nada me diz nada, não sei como conseguir chegar.
De que vale ter olhos e não ver, ter pernas e não andar, ter corpo e não se saber movimentar,ter os sentidos todos, e não saber como usufruir dessa dádiva de todos os tempos.
Porque nada me diz nada, não sei como conseguir chegar.
De que vale ter olhos e não ver, ter pernas e não andar, ter corpo e não se saber movimentar,ter os sentidos todos, e não saber como usufruir dessa dádiva de todos os tempos.
Tenho medo de cair, e caio tantas vezes quantas as que me fizeram chegar.
Tenho medo de andar e ando tantas vezes quantas as que me fizeram partir.
Tenho medo de andar e ando tantas vezes quantas as que me fizeram partir.
Só sinto medo:
medo de perder o andar
medo de perder a fala
medo de perder a visão
medo de perder a sensibilidade necessária para o prazer desmedido que me faz ser ainda alguém, pronto para aceitar a vida e tudo o que quiser ser, ou não ser, mesmo sem conseguir caminhar.
Saúdo-Vos amigos
medo de perder o andar
medo de perder a fala
medo de perder a visão
medo de perder a sensibilidade necessária para o prazer desmedido que me faz ser ainda alguém, pronto para aceitar a vida e tudo o que quiser ser, ou não ser, mesmo sem conseguir caminhar.
Saúdo-Vos amigos
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Escultura: Ricardo Kersting)
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Minha voz não dorme mais nem os poetas...
andas por meus olhos
pelos pulsos rasgados
pelas horas que choram
embriagando meu peito de abismos
falo, com a voz que morre
(a alma em carne viva)
vá, seca a fonte de todas as
perseguições
espreme profundamente tua melodia
até calar tua voz dentro de mim
porque se vivo sem essa saudade
(que é maior que a vida)
quero afogar-me para sempre
(do que morre) na realidade dos meus
olhos
... minha voz não dorme mais nem os
poetas
enche, pois de mundo o silencio...
Vania Lopez
quarta-feira, 29 de junho de 2011
A Dor
Há dias
que a dor
ainda é o que me leva
a esboçar alguns traços da minha pele
Serôdios momentos
nesta paisagem agreste
acostumada a receber todas as fluentes
que enchem as margens de um rio qualquer
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